Crimes na nossa região: o que piorou, o que melhorou?
É comum, diante de crimes e violências destacados nos meios de comunicação, sermos tomados por uma sensação de insegurança. Às notícias sobre roubos, sequestros e homicídios, frequentemente reagimos com frases como “a violência está cada vez pior”. Mas essa sensação nem sempre é baseada em fatos. Os dados dos boletins de ocorrência (BOs) da nossa região indicam que alguns tipos de crime vêm diminuindo, outros vêm aumentando. Outros, ainda, não têm quadro muito claro.
Um levantamento feito no Painel Estatístico da Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo, com BOs registrados no 14º Distrito Policial, mostra duas tendências mais evidentes.
- Redução de crimes relacionados a roubos e furto de veículos: De janeiro a maio deste ano, o 14º DP recebeu 296 queixas sobre isso: 247 furtos e 49 roubos. São números ainda muito longe do aceitável, mas representam uma queda em comparação a períodos anteriores. Os roubos (em que há ameaça ou emprego de violência) até estão um pouco maiores do que os dos primeiros cinco meses de 2013 (46), mas mantêm-se em patamares inferiores a 50, o que antes só havia ocorrido no ano de maior isolamento da pandemia (2020). Os furtos estão no menor patamar desde pelo menos 2017. Em relação a janeiro-maio de 2023, o encolhimento foi de 24%.
- Aumento dos roubos: Os roubos de veículos têm diminuído, mas os outros tipos (pedestres e casas, por exemplo), não. De janeiro a maio, foram 1480 – número só menor que o de 2022. É possível que os roubos de celulares estejam contribuindo para essa alta.
Vale ainda destacar outro tipo de ocorrência, quase sempre subnotificada:
- A gangorra dos furtos: Como dito acima, os registros de furtos de veículos vêm caindo. Os demais tipos de furto (crime mais comum em nossa região) não apresentam tendência muito evidente, ao menos no comparativo entre janeiro e maio. Os dados de 2024 são menores (-8%) que os de 2023, maiores que os do período 2020-2021 e significativamente menores que 2017-2019.
Ter clareza maior sobre a evolução dos diversos crimes é fundamental para planejar ações de combate e prevenção. Da parte dos moradores, SAAP entende que há duas atitudes importantes:
- Registrar boletim de ocorrência: mesmo para crimes menos graves, como furtos. Ir até a delegacia e prestar queixa ajuda as polícias a entenderem com mais precisão o que é preciso ser feito.
- Aderir ao programa Vizinhança Solidária: o programa existe há dez anos, mas conta com adesão de apenas 39 ruas de Alto dos Pinheiros. Nele, vizinhos se juntam para compartilhar informações e avisar uns aos outros de situações suspeitas (um carro diferente estacionado na rua, uma movimentação atípica na casa do lado…). Veja como implantar o programa em seu quarteirão.