Mais lares, menos moradores: o que os primeiros dados do Censo 2022 mostram sobre Alto dos Pinheiros
A população de Alto dos Pinheiros encolheu na última década, embora o número de domicílios tenha aumentado no período, revelam os resultados do Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na capital paulista, nosso distrito foi o segundo que mais perdeu moradores entre 2010 e 2022: 13,4%, variação só menor que a da Bela Vista (13,58%), na região central. Em São Paulo, o número de habitantes cresceu 1,76% no período.
Com os dados divulgados até agora não é possível fazer uma interpretação mais sólida sobre essa tendência. Mas vale notar que na cidade como um todo, e mesmo no Brasil, já há muitas décadas o número de filhos por família vem caindo.
Já é possível adiantar, porém, que os dados não sustentam a hipótese – em voga durante os debates sobre o Plano Diretor – de que Alto dos Pinheiros e outras regiões residenciais estão “abandonados” ou são “bairros fantasmas”. Em Alto dos Pinheiros, o número de domicílios ocupados cresceu (2,4%), embora não tanto quanto o número de domicílios (4,21%). Assim, a proporção de lares vazios até aumentou um pouco na última década (era de 10,4% em 2010, passou para 11,9% em 2022), mas em muitos outros lugares o percentual de domicílios desocupados se elevou muito mais. No município como um todo, 13,5% dos domicílios não têm moradores.
“Os números do Alto de Pinheiros sugerem cada vez mais maior adensamento, pela vacância (mesmo que inferior aos outros bairros), pela localização excepcional, pela infraestrutura”, afirma a arquiteta Ana Cecília de Arruda Campos, que coescreveu um livro sobre Alto dos Pinheiros com base nos dados do Censo de 2010.
Veja outros resultados do Censo 2022
Porcentagem de domicílios desocupados (em 2022)
Média de moradores por domicílio (em 2022)