Associação dos Amigos de Alto dos Pinheiros.

ONG faz exposição em prol de animais da ciclovia da Marginal Pinheiros

Quem pedala por lá já deve ter visto capivaras atravessando a pista, cães andando ao léu ou gatos se esgueirando entre a vegetação. O entorno da ciclovia do rio Pinheiros tem se tornado cada vez mais um habitat importante para diversos bichos – mas nem todos estão bem. Por isso foi criado, em 2020, o Centro de Apoio e Proteção Animal (Ciclovia Rio Pinheiros / Parque Bruno Covas – SP), ou projeto Capa.

O que é o projeto?

O Capa ajuda animais que vivem ou aparecem na ciclovia ou no parque Bruno Covas, uma faixa de 38 quilômetros que se estende da estação Jaguaré até a Miguel Yunes da CPTM. Só em 2021 foram resgatados 34 gatos, 26 cães, dez capivaras, cinco tartarugas, três cobras, um ratão do banhado e um carcará. Em geral, são bichos machucados ou, no caso dos domésticos, perdidos ou fragilizados (como filhotes sem mãe).

“As pessoas jogam de tudo na rua, e de lá vai pro rio. Às vezes algo se enrosca no pescoço das capivaras, elas vão crescendo e o objeto fica preso, apertando muito o pescoço, entrando no corpo. Já resgatamos capivaras com gravata e até correia de carro sufocando o pescoço”, conta a fundadora do projeto, Mariana Aidar, que é moradora de Alto dos Pinheiros.

O que o projeto faz com os animais?

Para os animais silvestres, o Capa dá cuidados emergenciais e coleta carrapatos (por exemplo, para verificar se as capivaras hospedam carrapatos que causam febre maculosa). Para os gatos adultos, dá vacina, faz castração e os devolve ao local. Para os cães e os filhotes de gatos, busca adoção.

Como o projeto se mantém?

A iniciativa conta com seis voluntários –três veterinários e três auxiliares de campo, incluindo Mariana. Recebe ajuda de custo da empresa gestora da ciclovia, a Farah Service, mas o valor é insuficiente para, por exemplo, manter um veterinário o dia todo dedicado ao projeto ou bancar hotéis para os cães que não são adotados.

Por isso, está sempre em busca de novas estratégias de captação de recursos, como a exposição recém-inaugurada.

O que é a exposição?

Lançada em 27 de abril, ela consiste na exposição de 40 miniaturas em cerâmica de capivaras, pintadas por artistas (como Apolo Torres, Edu Cardoso e Fabiano Senk) e celebridades – como os pilotos Rubens Barrichello e Luciano Burti, os apresentadores Celso Zucatelli e Luiz Thunderbird, o humorista Marcelo Médici, o ator Caio Paduan, a cantora Fafá de Belém, a jogadora de vôlei Carol Gattaz, o secretário estadual do Meio Ambiente (Marcos Penido), a presidente da Cetesb (Patricia Iglecias) e o empresário Michel Farah.

As peças estão em quatro pontos de apoio da ciclovia até 18 de maio. Será possível comprá-las (R$ 500 cada) depois da exposição. O ponto mais próximo de Alto dos Pinheiros é o que fica perto da rampa de acesso da ponte Cidade Universitária. Só é possível entrar com bicicleta.

De que outras formas é possível ajudar o projeto?

“Jogar lixo no lugar certo, sem deixar que ele fique na rua e vá para o rio, já ajuda muito”, diz Mariana Aidar. É possível ainda adotar os animais resgatados (apresentados no Instagram do projeto), apresentar-se como voluntário e comprar outros itens do catálogo do Capa, que inclui camisetas e capivaras de pelúcia.