Associação dos Amigos de Alto dos Pinheiros.

Moradores e SAAP se mobilizam contra atentados ao pudor no Mirante da Lapa

Quadras poliesportivas, parquinho, pista para caminhadas e corridas, equipamentos de ginástica, bancos que dão para uma vista bonita de São Paulo, muitas árvores – e ótimos locais para andar de skate. A praça Waldir de Azevedo, mais conhecida como Mirante da Lapa, tem tudo isso. Porém, padece de um problema que vem se intensificando: sobretudo após o entardecer, alguns trechos tornam-se palco de prostituição e de exibição pública de sexo grupal.

Vários moradores têm se queixado, e com razão. Em especial das relações sexuais públicas, dentro ou fora de automóveis, com dezenas de pessoas observando ou participando. Trata-se do que tem sido chamado de “dogging”, uma mistura de voyeurismo e exibicionismo, algo claramente vedado pelo Código Penal: o artigo 233 pune com detenção (três meses a um ano) ou multa a prática de “ato obsceno em lugar público, ou aberto, ou exposto ao público”.

A avaliação da SAAP é de que se trata de uma questão a ser abordada em várias frentes; a associação e moradores do entorno estão se mobilizando. A Polícia Militar, a Polícia Civil, a Guarda Civil Metropolitana, o Conselho Comunitário de Segurança de Pinheiros (Conseg Pinheiros), um deputado estadual e vereadores receberam material com denúncias. A PM manteve uma viatura estacionada nas proximidades, no último fim de semana, o que ajudou bastante. O vereador Daniel Annenberg (PSDB) comprometeu-se a apresentar uma emenda parlamentar em 2022 para uma segunda fase de revitalização da praça.

Já encaminhamos ofício para a Ilume, órgão municipal responsável pela iluminação púbica em São Paulo, pedindo mais postes de luz e troca das lâmpadas atuais por outas de led, mais potentes. Solicitamos à Subprefeitura mais frequência na limpeza e poda de árvores para reduzir os pontos escuros durante a noite (o que já foi feito).

O Conseg instalou uma câmera de segurança no local. A SAAP vai doar um holofote, cuja energia será bancada pelo Centro de Estudos e Assistência à Família (Ceaf), cuja unidade fica na praça. Estamos tentando parceria semelhante com o Centro Juvenil Salesiano, instalado nas imediações.

Acreditamos que a solução para questões desse tipo é tonar a praça melhor: mais limpa, mais iluminada, frequentada por mais gente. Essa é justamente nossa motivação ao firmar, em agosto, parceria com o coletivo de skatistas que frequenta o Mirante da Lapa e ajuda na manutenção. A atuação deles tem sido fundamental.