Plano de metas de São Paulo: SAAP defende ênfase em áreas verdes e subprefeituras
Como queremos que a cidade de São Paulo esteja daqui a quatro anos? Essa é a pergunta que norteia o Programa de Metas 21/24, cuja versão inicial foi lançada pela Prefeitura. O documento engloba 75 metas em temas como combate às desigualdades, segurança, transporte, inovação, geração de renda, meio ambiente e transparência, e foi debatido em audiências públicas até o final de abril.
Em maio, as secretarias municipais vão compilar as sugestões e elaborar a versão final – que será, como escreve o prefeito Bruno Covas na introdução do programa, “a base orientadora para todos os demais instrumentos que darão o tom e indicarão os rumos de São Paulo para os próximos anos”.
A presidente da SAAP, Márcia Kalvon Woods, foi uma das debatedoras na audiência pública organizada pela Subprefeitura de Pinheiros, em 13 de abril. A associação sintetizou suas contribuições num documento enviado para a Prefeitura dias depois (30 de abril). As recomendações incluem quatro pontos, alguns específicos de Alto dos Pinheiro, outros mais gerais, mas que também afetam o bairro.
Transporte
Um dos eixos do programa propõe uma cidade mais “ágil” e estabelece como objetivo “prioridade para deslocamentos a pé e de bicicleta”. A SAAP, em seu texto, observa que o bairro dispõe de ciclovias e ciclofaixas, mas que não há informação sobre possível implantação de uma das mais importantes (para travessia da ponte Cidade Universitária).
Praça Pôr do Sol
Uma das metas do programa é criar oito parques municipais. O pleito da SAAP, destacado por Márcia Woods na audiência pública, é que um deles seja a praça Pôr do Sol – o espaço então seria transformado em parque (como chegou a ser entre agosto de 2015 e setembro de 2017). “Ela tem características de parque. É um ponto turístico movimentado, que precisa de uma política pública específica”, argumenta a presidente da SAAP.
No documento enviado à Prefeitura, a associação aponta que a infraestrutura para receber os visitantes não cresceu na mesma proporção que as visitas. Houve melhorias nos últimos anos, com participação da administração municipal, de empresas e da sociedade civil. Mas é preciso mais. Transformando o local em parque, há potencial para “construir novos arranjos de parceria público-privada para viabilizar as melhorias necessárias e os recursos para a zeladoria desta importante área verde da nossa cidade.”, afirma a SAAP.
Plantação de árvores
Outra meta apresentada no programa municipal é plantar 180 mil árvores. Aqui, nossa sugestão é que as associações de bairro sejam chamadas a colaborar. “As associações têm forte vínculo com seu território. Podem alavancar o plantio, seja doando mudas, seja doando mão de obra, seja por meio de mutirões e do engajamento da população”, diz Márcia.
Eficiência do setor público
A publicação da Prefeitura reserva oito páginas e cria seis metas para esse tema, mas não há nada diretamente ligado às subprefeituras. A SAAP defende que essa falha seja sanada. “As subprefeituras são importantes principalmente com seu olhar de gestão de território. Mas infelizmente sofrem com muita descontinuidade”, critica a presidente.
Alto dos Pinheiros é um (mau) exemplo disso: nos últimos quatro anos, tivemos quatro subprefeitos. “Essa descontinuidade dificulta a interlocução, a implantação de políticas públicas e a execução de tarefas. Traz muito recomeço, muito retrabalho”, pondera.