Remodelação de rotas de aviões: nossa região continuará no meio do caminho?
Uma das mais importantes remodelações de tráfego aéreo da história recente do Brasil está impactando nossa região. A mudança envolve a área que recebe mais voos – aquela formada pelos aeroportos de Guarulhos, Congonhas e Viracopos, três dos maiores do país. A medida, é preciso admitir, tem pontos positivos. Mas intensifica o trânsito de aeronaves por bairros como Moema, Itaim Bibi, Jardins, Vila Nova Conceição, Pinheiros e Alto dos Pinheiros.
As alterações começaram a ser introduzidas pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo, por meio do projeto Área de Controle do Terminal de São Paulo (TMA-SP Neo) em maio do ano passado. Junto com outras questões, elas estão sendo discutidas em uma série de reuniões da Comissão de Gerenciamento do Ruído Aeronáutico (CRRA), que inclui Infraero, Secretaria Nacional de Aviação Civil e associações de moradores – incluindo a SAAP. Houve dois encontros no ano passado e um terceiro neste ano, no final de março.
A mudança, segundo o Centro Regional de Controle do Espaço Aéreo – Sudeste, responde à intensificação (atual e futura) do tráfego de aeronaves, reduz esperas e atrasos aéreos e diminui a carga de trabalho de pilotos e controladores de voo. O ponto central da remodelação é o Aeroporto de Guarulhos, o mais movimentado do Brasil, mas há impacto em outros, como Congonhas. E aí é que começam os problemas para Alto dos Pinheiros: com as novas rotas tornam, é comum passarem sobre nossa região aviões que pousam ou decolam em Congonhas.
As autoridades aéreas argumentam que o aumento da capacidade do espaço aéreo é uma necessidade inescapável. E que as novas rotas minimizam esse problema, ao reduzirem o tempo de voo (e, portanto, o ruído). Na prática, os trajetos diminuem o barulho em algumas regiões e eleva em outras. “Há pessoas beneficiadas e pessoas prejudicadas”, afirma um dos slides apresentados no encontro de março.
Em todas as reuniões, a SAAP viu autoridades dispostas a ouvir as queixas das associações de moradores. Isso é um avanço que deve ser elogiado. Mas não vemos sinais concretos de que as queixas estejam de fato sendo consideradas a ponto de provocarem alteração, ainda que pontual, na implantação das novas rotas.
As associações de moradores permanecem atentas a essa questão. E como, neste caso, mais pressão ajuda, pedimos que todo morador que estiver incomodado com barulho excessivo de aviões comunique o problema diretamente à Infraero, por meio deste link.