7 de dezembro de 2021

Pela primeira vez, reuniões com Infraero abordam ruído dos aviões de Congonhas

A Infraero está organizando, pela primeira vez, reuniões com representantes da sociedade civil para discutir os barulhos gerados por aviões que pousam e decolam do Aeroporto de Congonhas. A Comissão de Gerenciamento do Ruído Aeronáutico (CGRA) já realizou dois encontros sobre o tema (um em outubro, outro em novembro), ouvindo representantes de bairros como Moema, Vila Nova Conceição, Vila Mariana, Jardim Lusitânia, Jardins e Alto dos Pinheiros (SAAP). Integrantes da Prefeitura e de órgãos federais também têm participado.

As discussões são eminentemente técnicas. “É um tema complexo. O aeroporto certamente é mais movimentado hoje do que era décadas atrás. Mas, quando ele foi criado, a região do entorno era um grande descampado: praticamente não havia casas e prédios”, pondera a presidente da SAAP, Márcia Kalvon Woods, que compareceu às reuniões.

Em alguns locais, as queixas sobre ruídos excessivos estão se intensificando. Nos encontros da comissão, argumenta-se que dois fatores influenciaram: 1) as pessoas se desacostumaram a ouvir o barulho dos aviões durante a pandemia, com a redução drástica dos voos, então ficam mais incomodadas agora, quando a atividade começa a voltar ao normal; 2) há mais gente trabalhando de casa, o que as faz notar com maior frequência o zunido das aeronaves.

Seja como for, há possibilidade de o problema se agravar nos próximos anos, com a concessão de Congonhas para a iniciativa privada. Os estudos de viabilidade, para preparação da privatização, preveem uma elevação da capacidade do aeroporto para 35 milhões de passageiros por ano – em 2019, foram 22 milhões.

Os debates deixaram claro que o ruído aeronáutico precisa ser abordado sob diferentes prismas, que envolvem desde melhorias nos motores dos aviões até manobras e rotas para pouso e decolagem – passando ainda por restrições de horário de funcionamento, gestão do uso do solo no entorno dos aeroportos e ajustes em janelas dos imóveis.

A SAAP vai continuar a acompanhar as discussões. De qualquer modo, qualquer morador que se sentir incomodado pelo barulho excessivo de aviões pode comunicar o problema diretamente à Infraero, por meio deste link.