17 de setembro de 2014

Associações tentam conscientizar moradores sobre crise da água

Gazeta de Pinheiros, 05/09/2014, por Diego Gouvêa

No levantamento da Sabesp, Pinheiros está entre as que menos economizaram água

Sistema Cantareira é responsável por abastecer quase toda a cidade de São Paulo / Vagner Campos A2 Fotografia
Sistema Cantareira é responsável por abastecer quase toda a cidade de São Paulo / Vagner Campos A2 Fotografia

 

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) divulgou na semana passada as regiões que mais economizaram água na capital durante o primeiro semestre. Infelizmente, as últimas posições são ocupadas por áreas nobres como Jardins e Vila Mariana, acompanhadas de perto por Butantã e Santo Amaro.

No levantamento da Sabesp, a região dos Jardins é composta por Jardim Paulista, Jardim Europa, Jardim América, Pinheiros, Alto de Pinheiros, Lapa e Perdizes, bairros que juntos tiveram a menor economia da cidade, apenas 7,4%. A região que mais reduziu seu consumo foi a do Jaçanã, zona norte, com diminuição de 20,4%.

Para tentar amenizar este quadro, algumas associações promovem ações de conscientização dos moradores a respeito da crise hídrica. No caso da Associação de Moradores do Alto dos Pinheiros (Saap) foi realizado um acompanhamento do consumo em sete condomínios.

“O trabalho foi coordenado por um engenheiro associado e tem o objetivo de ser uma referência para o bairro”, explica Joana Canêdo, integrante da Saap. A iniciativa abrange 355 residências e foi coordenada de maneira voluntária por um engenheiro associado.

O balanço do consumo em cada condomínio é realizado de uma maneira simples. “O zelador pega a medição semanalmente, no mesmo horário, às segundas-feiras pela manhã. Então, basta dividir o volume registrado pela quantidade de unidades e a água de uso comum para chegar a um resultado”, diz Joana.

Segundo ela, a baixa economia no Alto de Pinheiros de um modo geral pode ser justificada pela diversidade de residências. “Apesar dos nossos esforços para conscientizar os moradores, sabemos que o bairro é muito heterogêneo, com casas grandes, pequenas, muitos prédios  e vários conjuntos habitacionais, o que faz com que nossa campanha não surta o efeito desejado e não atinja todos os moradores. Mas trata-se de uma realidade que deverá ser incorporada por todos no futuro”, afirma Joana.

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Represas do Sistema Cantareira estão com média de 10% da capacidade / Fernanda Carvalho
Represas do Sistema Cantareira estão com média de 10% da capacidade / Fernanda Carvalho

Para a Associação de Moradores dos Jardins (AME Jardins), a pouca economia de água na região pode ser reflexo da variedade do comércio. “Nós temos uma área que concentra estabelecimentos como hotéis, por exemplo, onde os clientes não podem utilizar a mesma toalha sem lavar. Além disso, temos hospitais que precisam da água e dificilmente vão reduzir o consumo”, afirma o presidente da entidade, Fernando José da Costa.A associação também estuda medidas para tentar conscientizar moradores e comerciantes  sobre a importância de se economizar água.  “Nós disponibilizamos um canal de relacionamento aberto com os moradores através de nosso site, blog e telefone para que sejam registradas denúncias de má utilização da água. Assim, a entidade assume o papel de conscientizar o morador ou comerciante que abusa do consumo, a fim de não gerar uma indisposição com o cidadão que fez a denúncia”, diz o presidente da AME Jardins.

A região dos Jardins é atendida pelo Sistema Cantareira, que enfrenta a pior estiagem nos últimos 80 anos. As represas que o compõem estão com cerca de 10% da capacidade, levando em consideração o volume morto, reserva de água no leito dos reservatórios.

Para amenizar a crise e evitar o racionamento, o Governo do Estado passou a abastecer as regiões dos Jardins, Butantã e Vila Mariana com o Sistema Guarapiranga, que já atendia aos moradores de Santo Amaro. Outra medida adotada foi o desconto de 30% na conta para quem reduzir o consumo em 20%.

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