4 de setembro de 2019

Há mais de uma década, Alto dos Pinheiros vem perdendo árvores, afirma urbanista

Basta caminhar poucos minutos pelas ruas de Alto dos Pinheiros para perceber um dos traços mais marcante do lugar: a farta arborização. Mas essa característica, que nos orgulha e melhora a qualidade de vida de quem mora aqui, está ameaçada. Há mais de uma década, o bairro vêm perdendo árvores, segundo Sérgio Reis, urbanista e associado da SAAP. Entre os motivos estão as quedas provocadas por fortes chuvas e rajadas de ventos e o envelhecimento de algumas espécies.

Só para se ter uma ideia, as Tipuanas, que cobrem majoritariamente a região, foram plantadas pela Cia. City, criadora de Alto dos Pinheiros, nos anos 60. “As que ainda restam estão velhas”, afirma Reis.

O urbanista alerta que nunca se pensou numa política de reposição. Até há o replantio, mas ele tem sido feito “com más mudas e sem técnica. Geralmente, são abacateiros, mangueiras ou até fícus, proibidos em São Paulo, porque invadem a tubulação”.

O ideal, explica, seria investir em espécies típicas da Mata Atlântica e cuidar de cada uma delas com técnicas adequadas. “Em três anos, já teríamos novamente uma árvore frondosa.”

De acordo com o urbanista, esse tipo de ação demandaria parcerias entre os setores público e privado. “O estado de São Paulo, por exemplo, tem mudas de qualidade. É necessário mapear onde houve quedas de árvores e onde estão as doentes, que correm o risco de cair.”

 

“Para ontem”

Mesmo com a perda de árvores ao longo dos anos, Alto dos Pinheiros ainda é um dos bairros paulistanos mais arborizados e, até por isso, figura entre os que têm os preços médios por m² mais altos, como, por sinal, já havia apontado uma pesquisa do Grupo Zap, portal de imóveis, no final do ano passado.

Ainda assim, Sérgio Reis alerta que é preciso frear o problema o quanto antes. “A melhor hora para agir é há 20 anos”, brinca, enfatizando a urgência da situação.

Preservar o verde do nosso bairro tem sido uma luta incansável da SAAP. Por isso, a associação está se mobilizando em torno da questão apontada pelo urbanista. Em breve, teremos novidades. Aguarde!