14 de julho de 2022
Processo de adoção de praças vira on-line, mas fica mais complicado
A Prefeitura fez mudanças recentes no programa Adote uma Praça, criado em 2017. A transformação teve o objetivo de modernizar o procedimento, torná-lo mais ágil e simples. Mas, ao menos em Alto dos Pinheiros, o que se tem visto é o contrário: as adoções ficaram mais complicadas, sobretudo porque todas as etapas agora ficam a cargo do morador ou da empresa que pretende manter determinada praça ou canteiro. No modelo anterior, era mais fácil para as associações de bairro intermediar o processo.
O programa, que desde seu lançamento resultou na adoção de 850 praças e canteiros, migrou para o digital. Em tese, isso é uma vantagem: todos os documentos e assinaturas podem ser transmitidos on-line, sem necessidade de deslocamento até algum órgão da Prefeitura ou à Subprefeitura de Pinheiros. Mas, para isso, o usuário precisa usar sua senha web – a mesma que utiliza para recorrer a outros serviços municipais, como os ligados a tributos. Assim, o passo a passo obrigatoriamente depende de quem quer adotar o espaço.
Antes, a SAAP passava a lista de documentos necessários já preenchida, recolhia a assinatura do responsável pela adoção e cuidava de todo encaminhamento junto à Subprefeitura de Pinheiros. O usuário só se preocupava com as assinaturas. “Agora, temos visto que as pessoas se deparam com uma série de pequenas dificuldades no cadastro e acabam desistindo”, comenta a gerente administrativa da SAAP, Patrícia Macedo.
Outra mudança é que o trabalho está concentrado na Secretaria Municipal das Subprefeituras – antes, ficava a cargo de cada subprefeitura. Além disso, o sistema, embora conte com 4.500 locais disponíveis para adoção na cidade, deixa de fora vários espaços. Em Alto dos Pinheiros, há praças e canteiros que não constam no mapa disponível e outros que, embora sejam espaços diferentes, são tomados como um só.
A SAAP entende que a digitalização foi um passo no sentido correto. Mas espera que as autoridades façam adaptações para que o trâmite possa ser agilizado por associações de moradores. Afinal, em ações desse tipo o que importa, tanto quanto a lisura e a transparência do processo, é sua simplicidade: quanto mais empecilhos, mais facilmente as pessoas e empresas vão abandonar a ideia de adotar um espaço verde.
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