22 de agosto de 2022

Congonhas: o que muda com a concessão para a iniciativa privada?

Foto: Agência Brasil/Rovena Rosa

A gestão do aeroporto de Congonhas, o segundo mais movimentado do Brasil, agora está a cargo da iniciativa privada. Num leilão realizado nesta semana (18 de agosto), a empresa espanhola Aena Desarrollo Internacional – administradora de seis aeroportos brasileiros – fechou o negócio num lance de R$ 2,45 bilhões, 231% acima do valor de referência do edital de concessão. O lote inclui outros dez aeroportos espalhados por Mato Grosso do Sul, Pará e Minas Gerais. Não houve concorrência: a Aena foi a única a apresentar proposta.

A concessão por 30 anos prevê investimentos de R$ 5,8 bilhões no bloco – R$ 3,3 bilhões só em Congonhas, dos quais R$ 2,53 bilhões nos primeiros cinco anos, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). As obras incluem aumento do pátio de aviões, expansão do terminal de passageiros e novas salas de embarque. Isso deve elevar o número de aeronaves e de viajantes.

Em 2019 – portanto antes da pandemia –, Congonhas recebeu cerca de 22 milhões de passageiros. Os números despencaram em 2020 e 2021, durante a pandemia (para 6,8 milhões e 9,4 milhões), mas devem ultrapassar os 35 milhões após a concessão, com uma média de 44 voos comerciais por hora.

Na prática, o que isso significa para os moradores de Alto dos Pinheiros? Para quem for pegar voos em Congonhas, provavelmente um aeroporto mais bem-estruturado. Para quem trabalha em home office ou em escritórios no bairro, mais barulho durante o dia.

A SAAP e outras associações de bairro têm feito reuniões com a Infraero para falar sobre os ruídos aeroviários. Mudanças nas trajetórias de alguns voos aumentaram a quantidade de aviões que sobrevoam nossa região. Apesar da louvável iniciativa de organizar os encontros, até agora não há sinais de que as queixas dos moradores estão provocando alterações de planos.

Como em casos como esse mais pressão é sempre útil, voltamos a recomendar: se estiver incomodado com barulho excessivo de aviões comunique o problema diretamente à Infraero, por meio deste link.