8 de junho de 2018

Praça Pôr do Sol vai passar por “grande revitalização”, anuncia prefeita regional de Pinheiros

A Prefeitura Regional de Pinheiros abrange quatro distritos — Itaim Bibi, Jardim Paulista, Pinheiros e Alto dos Pinheiros —,  onde vivem quase 290 mil pessoas. Se fosse um município, a área estaria no rol dos mais populosos do Brasil, ocupando a 97ª posição entre os 5.570 existentes, segundo dados do IBGE. Há dois meses, essa “cidade” tem novo prefeito regional, no caso, uma prefeita: a advogada Juliana Ribeiro, 37 anos. Ela deixou a Secretaria Municipal de Trabalho e Empreendedorismo, na qual era secretaria-adjunta, para assumir o cargo.

Juliana entra no lugar de Paulo Mathias, que saiu para se candidatar a deputado estadual. Em conversa com o site da SAAP,  a nova prefeita regional falou sobre como será sua gestão e o que planeja para os próximos meses — na lista de novidades, está um grande processo de revitalização da praça Pôr do Sol.

Confira a primeira parte da entrevista e leia depois a segunda parte.

SAAP — Como está sendo o trabalho nesse início?

Juliana Ribeiro: A intenção é dar continuidade aos bons trabalhos que o Paulo Mathias implementou na prefeitura. Mas de forma diferente. Ele é mais comunicativo. Sou mais voltada para dentro, para fazer o serviço. É mais uma mudança de estilo do que de gestão. Na zeladoria, o Paulo deu uma acelerada muito boa, e é um desafio manter isso. E zeladoria é algo importante. Quando está bem feita, ninguém repara. Mas quando está ruim, interfere e atrapalha o dia a dia das pessoas. É um desafio, porque a região é grande e arborizada, todo mundo quer passear, curtir a ciclovia. Uma atribuição nova da regional é a parte da incomodidade, e aqui temos muito disso. Temos tentado garantir o bom convívio. A região é boêmia, com vocação para o empreendedorismo de bares e restaurantes, para a vida noturna, mas precisa de um bom convívio com a comunidade.

SAAP — Há um projeto relativamente novo, o Guardião. Em que etapa está?

Houve a conclusão da primeira fase. O Paulo começou, e demos continuidade. A ideia de capacitar moradores para serem nossos olhos nas suas ruas é muito interessante. Também trouxemos empresas que fazem a concessão de serviços de limpeza, então, elas precisaram ter uma atuação muito mais forte nessas ruas, de acordo com o previsto no contrato. Formamos uma primeira turma, que fez quatro aulas sobre quais são os serviços prestados. Eles trouxeram o feedback sobre o que funcionava ou não. A ideia é abrir para outras vinte ruas depois da Copa do Mundo. Em seguida, iniciamos uma terceira fase. Daqui a pouco, teremos um exército nos ajudando a fiscalizar a execução desses contratos. Quanto mais informação e clareza a população têm, mais fácil é para ela saber se o serviço está sendo bem executado e conseguir direcionar questionamentos de forma mais assertiva.

SAAP — Alto dos Pinheiros tem vários espaços que são adotados por moradores e empresas. A Prefeitura Regional de Pinheiros pretende incentivar essa prática?

A região é bem pioneira nesse aspecto, principalmente por causa das associações. A SAAP é uma grande parceira, adota vários canteiros e praças e nos ajuda muito com a zeladoria. O nosso objetivo é continuar com essas parcerias. Estamos com um movimento muito legal, que é as empresas nos procurarem. Da nossa parte, queremos dar mais clareza sobre como isso é feito para desburocratizar o sistema e agilizar os processos. A tendência é que aumente. Na verdade, a pessoa quer cuidar do próprio bairro, só estamos deixando. Nosso papel é criar pontes, e não atrapalhar. Se a comunidade quer cuidar, que ela cuide e nos ajude nisso. A prefeitura tem essa visão.

SAAP — Vocês estão buscando uma relação mais colaborativa com a sociedade?

É uma característica da gestão, mas reflete um pouco o que nossa sociedade anseia. Se cada um tiver sua responsabilidade, vamos conseguir atuar melhor. Eu gosto muito de uma visão de gestão que chama subsidiariedade. Se uma pessoa cuida do descarte do seu lixo, não precisa que a SAAP cuide disso. Mas, se é um problema maior, as associações e a comunidade podem ajudar a resolver. O que a comunidade não consegue solucionar, passaria para a prefeitura regional e, depois, para o município. Se conseguirmos cada vez mais termos essa atuação focada, e ir passando somente aquilo que a própria comunidade não conseguir resolver, talvez tenhamos uma gestão muito mais harmônica da cidade, com soluções locais e atuação direta dos indivíduos. Isso inclui as pessoas pararem de ter uma visão de que o público não é de ninguém. Qual a sua responsabilidade dentro da cidade? Qual a sua contribuição?

SAAP — Há algum planejamento de trabalho voltado para a praça Pôr do Sol?

Há várias novidades. Saiu recentemente uma emenda parlamentar grande para fazer um “parcão”, que é uma área para cachorros, e dois playgrounds. Também estou com uma proposta de parceria e cooperação, uma empresa que entraria para a zeladoria, e uma outra proposta de doação de outro parquinho. A praça é tão grande que cabem diversas atuações. Devemos ter uma revitalização bem grande por lá, garantindo o projeto que ela tem, ocupando melhor o espaço.

SAAP — Qual o prazo para implantar as reformas previstas na emenda?

Estimamos dois meses. O projeto já foi feito pela prefeitura. Falta a contratação. É uma burocracia interna pela qual temos de passar. A adoção seria nesse mesmo prazo. Chegou praticamente tudo ao mesmo tempo. Acho que vai ser bem relevante para a região. É um dos projetos que eu gostaria de entregar.

SAAP — Como está a questão da poda e do cuidado com as árvores?

Essa é a época de fazermos uma ação preventiva para evitar a queda de árvores e riscos maiores no período de chuvas, de novembro a março, mais ou menos. Há muitas equipes trabalhando nisso. Há um grande volume de pedidos, estamos buscando formas de otimizar o processo. Discutimos isso semanalmente em reuniões na regional sobre zeladoria. Trazemos os números para ver quantos pedidos estamos conseguindo atender. Um problema grande é que a maior parte de Alto dos Pinheiros é de preservação, então, os pedidos, às vezes, têm de ir para a Secretaria do Verde [e do Meio Ambiente]. Muitas das árvores estão em área de fiação, então, dependemos da Eletropaulo também.

SAAP — E a questão das filmagens, problema muito presente em Alto dos Pinheiros?

Acho que o problema já diminuiu pela atuação da prefeitura e da SAAP. Traz muito transtorno para o entorno. A autorização para filmagens entra na legislação de eventos e, por Alto de Pinheiros ser em sua maior parte Zona Estritamente Residencial, não pode haver eventos. A orientação é não dar autorização para filmagem.