29 de maio de 2021
Poluente ‘invisível’, óleo de cozinha será coletado pela SAAP; veja como participar
Provavelmente você separa o lixo reciclável na sua casa. Pode ser que coloque em sacos diferentes cada tipo de resíduo (plástico, metal, vidro, papel…). Ou que reserve fios, carregadores, mouses e monitores até chegar a campanha para recolher lixo eletrônico organizada pela SAAP. Mas muito poucos se preocupam com o óleo de cozinha usado em frituras, e o despejam pela pia sem pestanejar.
Uma campanha da SAAP com a Valora, uma startup de reciclagem que aderiu ao programa Empresa Amiga do Bairro, pretende combater essa prática prejudicial ao meio ambiente – a Sabesp calcula que 1 litro de óleo pode poluir cerca de 25 mil litros de água.
A iniciativa vai incluir coleta toda primeira terça-feira de cada mês (a partir de julho de 2021), destinação correta do resíduo e – com o dinheiro recebido pelo óleo – compra de produtos de higiene para os dois abrigos infantis localizados em Alto dos Pinheiros.
Por que o descarte inadequado do óleo de cozinha é prejudicial?
Ao descer pelo ralo, parte do óleo – qualquer um (de soja, de girassol, de milho, de canola, azeite…) – se fixa nas paredes do encanamento, por ser gorduroso. “Quando esfria, a gordura se transforma em blocos sólidos que se fixam nas paredes das tubulações, reduzindo o espaço para a passagem do esgoto, o que provoca entupimentos e transbordamentos”, explica Flávio Salsoni, um dos sócios-fundadores da Valora.
O que não ficou preso nos canos, se não for tratado, contamina rios e represas. Esse óleo permanece “na superfície da água e pode impedir a entrada da luz que alimentaria os fitoplânctons, organismos essenciais para a cadeia alimentar aquática”, observa Salsoni. Como dificilmente se decompõe, o produto tende a contaminar o solo e o lençol freático. “Quando atinge o solo, o óleo tem capacidade impermeabilizá-lo, dificultando o escoamento de água das chuvas, por exemplo. Tal quadro é propício para as enchentes”.
Como ele será coletado?
Na campanha, a coleta é exclusiva para associados da SAAP. Os moradores devem esperar o óleo esfriar na panela e, com um funil, colocá-lo em garrafas PET e armazená-lo com a tampa fechada, fora do alcance de crianças e animais domésticos. Na primeira terça-feira de cada mês, das 9h às 12h, a SAAP vai passar recolhendo o material de casa em casa — interessados devem escrever para saap@saap.org.br.
O que será feito com o óleo?
O material recolhido pela associação será entregue à Valora, que o encaminhará para a empresa Preserva. Salsoni afirma que, lá, o óleo é separado dos resíduos sólidos –que são vendidos para terceiros, como indústrias de ração animal –e passa por decantação. Depois, é purificado por meio de um filtro especial,resultando num insumo aproveitável por fabricantes de sabão e biodiesel.
Como a Preserva paga pelo óleo que recebe, o dinheiro será revertido em produtos de limpeza para os abrigos infantis Roberto Borghi e Reviver, em Alto dos Pinheiros.
Além disso, os moradores também podem baixar o aplicativo Valora e cadastrar-se nele. A participação no programa de descarte de óleo em garrafa PET será revertida em pontos no aplicativo, que geram vouchers de descontos numa rede de lojas credenciadas.
[mc4wp_form id=”4455″]
Veja também
5 de maio de 2022
Podas de árvores: o que muda com a nova lei
1 de fevereiro de 2023
Apareceram goteiras na sua casa? Melhor cuidar disso logo
27 de abril de 2021
Com mais uma colaboração dos moradores, PM reforma alojamentos
12 de novembro de 2014