5 de fevereiro de 2019

Saiba como agir ao encontrar um animal silvestre ferido ou em risco

Com o crescimento das cidades e a redução dos ambientes naturais, está cada vez mais comum encontrar animais silvestres em áreas urbanas. Atrás de comida e abrigo, muitos buscam refúgio no pouco de verde que ainda resiste ao cinza do concreto. Não é de se estranhar, portanto, que Alto dos Pinheiros, um bairro com arborização acima da média, tenha se tornado morada de algumas espécies. Mas como agir ao se deparar com um animal selvagem ferido ou em situação de vulnerabilidade?

Foi justamente essa pergunta que a administradora de empresas Carine Galvão se fez quando flagrou, no final de janeiro, uma coruja andando na calçada em frente à sua casa, nas imediações da Praça Província de Saitama. “Houve uma tempestade durante a noite. Pela manhã, vi a ave toda suja e desnorteada. Estava claro que havia algo de errado, mas eu não sabia o que fazer por se tratar de um animal silvestre”, relata.

Após uma série de tentativas de contato com veterinários e órgãos governamentais, Carine descobriu a existência de um serviço da prefeitura voltado especificamente para atender situações como a que enfrentava. Criada em 1993, a Divisão de Fauna Silvestre, vinculada à Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente, tem a função de recolher, tratar e encaminhar os animais de volta à natureza ou de encontrar um novo lar, caso não apresentem condições de reinserção no habitat original.

A administradora conta que ficou surpresa não apenas com a existência do serviço, mas com a atenção que dispensaram ao seu caso. Ela recebeu a orientação de enviar uma foto da ave para que fosse identificada a sua espécie. Tratava-se de uma coruja do mato. “Como seus hábitos são noturnos, seria melhor não alimentá-la e apenas esperar pelo recolhimento. Algumas horas depois, um profissional veio até minha casa e a levou para ser tratada.”

A ave foi para o Centro de Manejo e Conservação de Animais Silvestres (CeMaCAS), onde recebeu cuidados veterinários.

 

Casos mais comuns

 

Por ano, cerca de 4 mil animais selvagens encontrados na cidade de São Paulo são encaminhadas à  Divisão de Fauna Silvestre. As ocorrências mais comuns estão relacionadas aos impactos do crescimento urbano, como atropelamentos, ataques por cães, choques elétricos e cortes por linha de pipa. A grande maioria das espécies atendidas é de aves, como garças, corujas e sabiás, embora mamíferos (gambás, macacos e cachorros-do-mato, por exemplo) e répteis também recebam atendimento no local.

Após alta clínica, o animal passa por nova avaliação. Se não tiver condições de retornar à natureza, é submetido a um trabalho reabilitação, também realizado no CeMaCAS. O processo envolve atividades de caça, readequação dos hábitos alimentares e treino de voo, no caso de aves. Se mesmo assim, houver dificuldades na readaptação à vida livre, a divisão o encaminha a criadouros ou zoológicos.

 

Serviço

 

Centro de Manejo e Conservação de Animais Silvestres (CeMaCAs)

Local: Parque Anhanguera

Endereço: Av. Fortunata Tadiello Natucci, altura do nº 1000

Recebimento de animais: de segunda a sexta, das 8h às 16h; aos sábados e domingos, das 8h às 14h, e feriados, das 8h às 12h.

 

Telefone: (11) 3885-6669

Plantão fins de semana: (11) 3918-7192

E-mail: faunasvma@prefeitura.sp.gov.br

www.prefeitura.sp.gov.br/fauna

 

Divisão Técnica de Medicina Veterinária

Local: Parque Ibirapuera

Endereço: Av. IV Centenário, Portão 7A

Recebimento de animais, de segunda a quinta-feira, das 8h às 16h, e às sextas-feiras, das 8h às 12h.