29 de janeiro de 2016
Ocupação do Hospital Panamericano se intensifica e houve até princípio de incêndio
O dia em que São Paulo festejou seus 462 anos quase se transformou em uma data de tragédia para as pessoas que ocupam o prédio do antigo Hospital Panamericano. Bombeiros tiveram de ser chamados para combater um princípio de incêndio no local. E este é apenas um dos problemas relatados por vizinhos, desde que um grupo ligado à União dos Sem-Teto passou a habitar o edifício, em 22 de agosto de 2015.
O imóvel, que fica na rua Vitorino de Carvalho, foi desapropriado pelo governo do estado em 2014. O objetivo é construir um centro de traumatologia, mas as obras ainda não foram iniciadas.
No dia 25 de setembro de 2015, a SAAP encaminhou ofício à Secretaria de Estado da Saúde, solicitando informações sobre a reintegração de posse do imóvel e o detalhamento do projeto de implantação da nova unidade de saúde. Sem resposta, a associação enviou, em 14 de outubro, novo ofício à pasta, que deu retorno apenas quase um mês depois da segunda comunicação.
Sobre a reintegração, a secretaria informou que as providências seriam adotadas pela Justiça, e que não tinha “qualquer gestão sobre seu desfecho”. Já em relação ao projeto para implantar o hospital especializado em traumas, afirmou que a contratação da obra estava prevista para o primeiro semestre deste ano, sem, no entanto, especificar o mês em que ocorreria.
Enquanto isso, mais pessoas chegaram para ocupar o prédio do hospital desativado. Assim, o que começou com 15 pessoas, hoje já conta com mais de 100, segundo estimativa da presidente da SAAP, Maria Helena Bueno. “A polícia impediu a entrada de caminhões de mudança no prédio, mas as pessoas chegavam a pé carregando suas coisas”.
Em setembro de 2015, o estado chegou a entrar com uma ação de reintegração de posse, que foi deferida. No entanto, a data para a saída amigável dos integrantes da ocupação, 21 de dezembro, foi prorrogada para 30 deste mês.
Alguns vizinhos relataram que na terça-feira (26), houve uma movimentação no edifício, o que sugeriria uma possível saída dos integrantes da União dos Sem-Teto do imóvel. Ainda assim, a polícia precisa verificar o local no fim do prazo estipulado pela justiça para saber se o prédio foi de fato desocupado.
“A comandante Dulcinéia, do 23º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, responsável pela área de Pinheiros, disse que nada pode ser feito até a data limite, e, mesmo depois, ela ainda tem que notificar o juiz e esperar uma resposta dele sobre como proceder”, diz Maria Helena.
O princípio de incêndio, em 25 de janeiro, foi apenas o último dos problemas no prédio. Há também ligações clandestinas de eletricidade, lixo jogado na rua, som alto no período noturno, relatos de barulhos de demolição no interior da construção e até mesmo uma briga entre os moradores da ocupação, que acabou com um deles amarrado a um poste e intervenção da polícia.
[mc4wp_form id=”4455″]
Veja também
25 de agosto de 2012
Organização
9 de junho de 2016
SAAP lança relatório para apresentar seu trabalho durante 2015
11 de outubro de 2013
Revitalização da Praça Província de Saitama
14 de abril de 2015
Jardins impõem preservação das zonas residenciais à prefeitura
25 de agosto de 2012