15 de fevereiro de 2017

Prefeitura vai isolar áreas residenciais durante o Carnaval; Alto dos Pinheiros está na lista

São Paulo, que por muito tempo carregou a fama de “túmulo do samba”, tem virado o jogo nos últimos anos. A prova disso é que o Carnaval nas ruas da capital paulista vem crescendo e atraído cada vez mais pessoas. Em 2017, a prefeitura recebeu a inscrição 495 blocos, 62% a mais do que em 2016 — a região de Pinheiros está entre as que registraram maior aumento: 44%.

Mas se por um lado a festa movimenta o turismo e a economia da cidade, por outro, não raras vezes representa transtorno para moradores de áreas residenciais, que têm de lidar com os excessos dos foliões. Para tentar contornar a situação, o prefeito João Dória decidiu instalar grades de proteção no acesso a alguns bairros. E Alto dos Pinheiros figura entre eles.

Em três de fevereiro, a Prefeitura divulgou portaria determinando o isolamento de lugares considerados, no Plano Diretor do município, como Zonas Estritamente Residenciais (ZERs) e Predominantemente Residenciais (ZPRs), ambas presentes em Alto dos Pinheiros. A iniciativa valerá não só para o período de Carnaval (de 25 a 28 de fevereiro), mas também para o pré (18 e 19 de fevereiro) e o pós (4 e 5 de março).

Maria Helena Bueno, presidente da SAAP, alerta, no entanto, que a iniciativa pode ser inócua, caso não haja fiscalização nos pontos de bloqueio. “Acho bom colocarem grades, mas se não tiver um policial ao lado, as pessoas poderão passar”.

Além do isolamento, a Prefeitura também anunciou outras medidas, como o tempo máximo de cinco horas para a duração de desfiles — que devem acabar até as 20h —, a eliminação de megablocos com mais de 20 mil integrantes e a proibição de festas em algumas grandes vias, como as avenidas Sumaré, Pedroso de Morais e Brigadeiro Faria Lima.

Em janeiro, o novo prefeito regional de Pinheiros, Paulo Mathias, já havia adiantado, em entrevista ao blog da SAAP, medida para combater um dos principais problemas do Carnaval de rua paulistano: o acúmulo de lixo. De acordo com ele, haverá participação voluntária de blocos na limpeza após os desfiles.