Associação dos Amigos de Alto dos Pinheiros.

Campanha dá novo destino a 372 máscaras de tecido


A vacinação abrandou a pandemia, as máscaras deixaram de ser obrigatórias na maioria dos lugares e já se sabe que as mais eficientes são as PFF2 ou N95. Muita gente, então, resolveu jogar fora as de tecido. Para ajudar a reduzir o impacto ambiental desse comportamento, a SAAP aderiu a uma campanha de coleta da ciclou, empresa especializada em dar novos usos a peças que seriam descartadas (upcycling).

De 20 a 28 de abril, dois postos instalados no bairro – na guarita da Aster da Província de Saitama e no BUCC Workspaces – arrecadaram 372 máscaras, um volume maior que o esperado. A iniciativa faz parte de um projeto da ciclou que abrangeu toda a cidade e arrecadou mais de 1,5 mil máscaras (a contagem final não terminou, a estimativa é de que se chegue a 3 mil).

Qual será o destino das máscaras?

Elas estão sendo higienizadas em lavanderia. Depois, vão compor uma nova linha de produtos especiais em desenvolvimento pela ciclou.

Como a campanha foi feita?

Assim que soubemos da iniciativa da ciclou para ressignificar a pandemia, não hesitamos em apoiá-la. Vimos no projeto uma oportunidade para dar nova vida às máscaras e despertar o bairro para a importância do assunto.

Como o tempo de campanha era curto (dez dias), pedimos o engajamento das Empresas Amigas do Bairro, que mais uma vez se prontificaram a ajudar. Não só a Aster e o BUCC, mas também outras que fizeram coletas internas – como a Ferring Pharmaceuticals, cujo Comitê de Sustentabilidade abraçou a ideia imediatamente.

Por que ações desse tipo são importantes

As máscaras de tecido foram (e continuam sendo) muito usadas na pandemia, principalmente por serem reutilizáveis. Mas são reutilizáveis até certo ponto: com o tempo, perdem elástico, o tecido se esgarça, a gente enjoa da estampa… Mas descartá-las junto com o lixo comum gera um problema ambiental.

Ainda que os tecidos naturais possam se decompor em alguns meses, os sintéticos – e os elásticos que fixam as máscaras – demoram dezenas de anos. Além disso, estamos falando de um volume gigantesco: se estimarmos que cada paulistano teve cinco máscaras desde o início da pandemia, estamos falando de 60 milhões utilizadas só na cidade de São Paulo. E tem mais. Andando pelas ruas e praças do bairro, vemos uma triste realidade: essas peças estão entre os resíduos mais jogados no chão, o que deve se agravar com o fim da obrigatoriedade de uso.

As chuvas empurram esses materiais para os bueiros, dos bueiros eles vão parar no rio e, de lá, no mar. A organização OceanAsia estima que só em 2020 1,56 bilhão de máscaras acabaram nos oceanos do planeta.

O que você achou da iniciativa?

Gostou? Acha interessante ter um ponto permanente de coleta em Alto dos Pinheiros? Conta pra gente: saap@saap.org.br