21 de junho de 2021

Rio Pinheiros ficará limpo, mas não para nadar, diz secretário

O projeto Novo Rio Pinheiros, que pretende revitalizar um dos rios mais importantes da capital paulista, deve ser em grande parte concluído até o final do ano que vem. O Pinheiros ficará mais limpo, com peixes e com margens que poderão ser aproveitadas para esportes – mas não será possível nadar nele, afirmou o secretário estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido, durante audiência pública virtual organizada pela Comissão Extraordinária de Meio Ambiente e Direito dos Animais (assista ao debate na íntegra). A presidente do Conselho Consultivo da SAAP, Ignez Barretto, participou do evento.

O secretário apresentou os eixos do projeto (resíduos sólidos, saneamento, revitalização, manutenção e comunicação à comunidade). São várias frentes para tentar limpar o rio.

  • Coleta de lixo superficial, como garrafas pet, pedaços de madeira e diversas embalagens plásticas. Desde o início do projeto, foram retiradas mais de 36 mil toneladas de resíduos.
  • Desassoreamento, por meio da retirada de sentimentos do fundo do Pinheiros, para melhorar o escoamento e reduzir os riscos de transbordamentos e inundações. Mais de 290 mil metros cúbicos de sedimentos foram retirados.
  • Coleta de esgoto dos afluentes que formam a bacia do rio – ao todo, são 23 afluentes. Hoje, há 533 mil pontos em que o esgoto não vai para tratamento e acaba chegando ao Pinheiros. Esta talvez seja a frente mais importante. “Cada um desses afluentes tem que chegar limpo, porque a somatória de todos esses afluentes limpos vai gerar o nosso rio limpo. Significa mandar para tratamento o esgoto de uma população de 1,6 milhão de pessoas”, disse Penido. Para isso, estão sendo feitas obras de infraestrutura, com a Sabesp. Nas comunidades com ocupação irregular, a alternativa está sendo instalar cinco miniestações de tratamento. Faltando um ano e meio para o término do projeto, 57% daqueles 533 mil pontos estão ligados à rede coletora.
  • Revitalização do entorno, por meio das ciclovias e do Parque Bruno Covas.

 

Em resposta às perguntas da SAAP, o secretário disse que o projeto diminui os riscos de enchentes, em razão das obras de desassoreamento. “A partir do momento que a gente está desassoreando, você tem mais volume no rio, o rio comporta mais.” Porém, comentou, é importante a Prefeitura manter o trabalho de limpeza das galerias fluviais.

Sobre os pernilongos que tantas vezes incomodam os moradores de Alto dos Pinheiros, Penido disse que as obras também ajudam a reduzir o problema. “As barcaças que estão fazendo a limpeza removem aquela vegetação que fica no pé do talude. Aquela vegetação também vira um criador de mosquitos, e nós estamos fazendo essa limpeza e cuidando.” Além disso, pouco antes do verão é feito o “fumacê”, para reduzir a proliferação dos mosquitos.