Empresa de Alto dos Pinheiros lança serviço de compostagem
Coleta e reciclagem de bituca de cigarro? Alto dos Pinheiros tem. Reciclagem de óleo de cozinha? Tem. Reciclagem de materiais de escrita, como lápis, caneta, canetinhas e borrachas? Alto dos Pinheiros tem. Campanha de reciclagem de itens difíceis de serem reaproveitados, como eletroeletrônicos, isopor e aerossóis? Nosso bairro tem. Pontos de coleta de pilhas e lâmpadas? Tem também. E tem ainda ecopontos e coleta domiciliar de lixo reciclável.
Não há motivos, então, para dar destino incorreto aos recicláveis. Mas e os restos de comida, resíduo mais produzido em imóveis residenciais? Não precisa ir para os caminhões de lixo. Você pode fazer compostagem em seu quintal – ou recolhê-lo para que outros façam isso. A IBI Terra Viva, uma empresa do bairro cujas sócias também moram aqui, lançou recentemente um serviço de coleta domiciliar para compostagem – e Alto dos Pinheiros, claro, está em sua área de abrangência.
O que é compostagem?
É a decomposição e fermentação de materiais orgânicos – feitas por minhocas, fungos, bactérias e outros micro-organismos. Transforma os resíduos orgânicos em um tipo muito rico de adubo.
Por que ela é importante?
Se colocado na lixeira para o caminhão levar, os restos de comida vão parar em aterros sanitários. Compactados e misturados a outros materiais, lá eles são decompostos num processo que libera metano – um gás agravante do efeito estufa.
Já a compostagem retém no solo o gás gerado (CO2). Além disso, reduz a pressão sobre os aterros e enriquece o solo com nutrientes produzidos naturalmente. Desde que começou, a compostagem da IBI evitou que 850 quilos de resíduos orgânicos fossem despejados em aterros.
Como é o serviço oferecido pela IBI Terra Viva?
No serviço domiciliar (R$ 70 ao mês), a empresa entrega um balde de 18 litros (que comporta cerca de 10 quilos) e um saco compostável, a ser colocado no balde. Uma vez por semana, passa recolhendo o saco e trocando-o por outro. O resíduo é levado a uma composteira e, lá, misturado a matéria seca, restos de poda e folhas.
Além disso, tira dúvida dos assinantes e mensalmente distribui um brinde (mudas e fertilizantes, por exemplo). “Sempre buscamos recorrer a materiais reutilizados, mesmo nos brindes”, afirma uma das fundadoras da IBI, Viviane Maximino.
A empresa também recolhe os sacos num ponto fixo: na praça Jorge Baptista (rua Caraça), todas as sextas-feiras, das 7h45 às 10h (nessa modalidade, o valor mensal é de R$ 60).
Atualmente, com volume pequeno, a compostagem é feita numa residência. Mas a IBI está negociando terrenos de concessão em Osasco para serem usados quando o volume coletado aumentar. Outro destino possível deve vir de uma parceria com a consultoria ambiental Eccaplan, que desenvolve projetos na Escola Estadual Fernão Dias Paes, na avenida Pedroso de Morais – a escola, aliás, tem uma composteira em razão de um projeto que teve apoio da SAAP. “A ideia inicial era fazer lá, mas a pandemia atrapalhou os planos. Talvez dê certo no ano que vem, e deverá incluir educação ambiental e bolsas para estudantes que participarem do projeto”, comenta Viviane.
O que pode ser recolhido para compostagem?
Restos de comida, cascas de fruta e de legume, cascas de ovo, pó de café, coador de café, guardanapo, papel-toalha, fósforo… Convém evitar pedaços grandes de carne (uma peça que tenha estragado, por exemplo), ossos e óleo de cozinha.
Guardando por uma semana, o lixo não vai ficar com cheiro ruim?
Segundo Viviane, fechando bem o balde, não. E não atrai insetos nem outros bichos.