29 de janeiro de 2020

Novo subprefeito de Pinheiros quer priorizar serviços de zeladoria: “A gestão como um todo peca nesse tema. Precisa melhorar”

 

“Sou muito aberto ao diálogo, até para ouvir o que as pessoas querem e depois colocar em prática.” A declaração é do novo subprefeito de Pinheiros, Acacio Miranda, 37, que assumiu em dezembro de 2019 o comando do órgão responsável pelos bairros de Pinheiros, Itaim Bibi, Alto dos Pinheiros e Jardim Paulista. Em conversa com a SAAP, o advogado mostrou estar com os ouvidos bem atentos para um dos principais problemas do nosso bairro: a zeladoria.

O subprefeito diz que, neste primeiro ano, espera melhorar os índices nesta área, que inclui serviços como limpeza pública, fechamento de buracos, corte de grama, poda e plantio de árvores. “A nossa gestão como um todo peca nessa questão. Tem de melhorar”.

Com a experiência de quem já passou por outros órgãos da administração pública, incluindo o comando de outra subprefeitura, a de Santo Amaro, Acacio sabe que os moradores estarão vigilantes em relação aos resultados de zeladoria. “Em Pinheiros, eles são mais críticos, sabem cobrar e têm conhecimento das reais atribuições de uma subprefeitura.”

Como é impossível atender a todos os moradores, o novo subprefeito considera importante receber associações de bairro. Essa foi, por sinal, a segunda vez que ele atendeu a SAAP. Em ambas, conversamos também sobre outras prioridades de Alto dos Pinheiros além das urgentes questões de zeladoria.

Veja abaixo mais passagens da conversa.

Arborização de Pinheiros

Por ser um dos bairros com mais árvores em São Paulo, Acacio explicou que quer manter o hábito de plantar na região. “Tem o viveiro da prefeitura, e me prontifiquei a levar toda a estrutura de plantio do poder municipal para fazer a zeladoria dos locais”, disse.

Ele também citou a nova lei sancionada pelo prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), que permite a contratação de serviço particular para podas de árvore. Para o subprefeito, será bom para desafogar os pedidos. Por outro lado, a fiscalização terá de ser reforçada para evitar irregularidades.

“Um engenheiro agrônomo vai apresentar um laudo na prefeitura, que terá de se manifestar em 10 dias. Pode ser que role uma carnificina”, preocupa-se Acacio.

Conflito geracional

Acacio ressalta que o território sob seu comando está sob efeito da expansão imobiliário, o que leva a um conflito geracional entre frequentadores. “Os moradores mais antigos querem manter a região como era. Por outro lado, há essa nova geração de empresas e bares que estão chegando em Pinheiros. Mediar isso de forma razoável seria um legado”, diz.

Neste caso, ele está se referindo aos locais que seguem as regras. Já os irregulares serão fiscalizados – mesmo com o pouco número de funcionários para realizar a tarefa: “Não vamos esmorecer e sim continuar fiscalizando. Contamos com a ajuda da SAAP e de outras associações para saber onde existem obras irregulares”.

Carnaval vem aí

Com a aproximação de fevereiro, Acacio conta que tem se debruçado sobre o assunto nos últimos dias. Ele tem feito desde reuniões com blocos até planejamento para os dias de folia. Só na subprefeitura de Pinheiros, são 160 grupos registrados que desfilam antes, durante e depois do Carnaval.

“Há blocos pequenos, de até 10 pessoas, e os grandes, que têm um milhão de foliões”, conta. A subprefeitura fica responsável pela zeladoria no local – por exemplo, se há árvores que podem prejudicar a passagem dos carros elétricos, fiscais devem ir até o local para solucionar o problema. É responsabilidade do órgão também organizar e fiscalizar o comércio ambulante.

E as praças?

As muitas que existem em Alto dos Pinheiros também apareceram na conversa com o novo subprefeito. Veja o que ele falou sobre algumas das principais praças do bairro:

– Pôr do sol

O subprefeito informou que a limpeza já é redobrada no local –o normal são duas vezes por semana, e lá é feita quatro vezes. Além disso, ele falou sobre o comércio irregular no local.

“Semana passada, fizemos uma operação grande para prender ambulantes. Mas havia vizinhos que não queriam que nós tirássemos eles. É esse o conflito: uma boa parte quer que eles saiam e outra quer manter. Ficamos no meio dessa confusão toda. A lei determina que eles sejam tirados.”

– Pan-americana

Antiga reivindicação da SAAP, a colocação de uma faixa de pedestres no meio da praça, no local onde fica um ponto de ônibus, não poderá ser feita. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) afirma que, por uma questão de engenharia de trânsito, não é possível acrescentar mais uma – o local já tem duas. “Não caberia um semáforo, e é uma via rápida, onde a faixa de pedestre não é plausível, então estamos buscando outra solução.”

– Waldir Azevedo

O subprefeito informou que essa praça receberá um cuidado especial. Uma empresa que já presta serviços de limpeza para a cidade assinou convênio para assumir a manutenção do local. “Vão manter segurança 24 horas por dia.”

Sobre o chafariz, não há planos para revitalizá-lo.

– Vicentina de Carvalho

O subprefeito já repassou as demandas de iluminação – reclamação dos moradores – para a Ilume, órgão municipal responsável por esse tipo de serviço.